sábado, 25 de dezembro de 2010
Feliz Natal
Aos depressivos, aos ladrões, aos abandonados, aos idiotas.
Aos encarcerados, soro positivos, aos viciados, aos miseráveis.
Aos que passam fome, aos que não sabem ler, aos que não amam.
Aos impostores, aos políticos, aos mesquinhos, aos mentirosos.
Aos humilhados, reprimidos, incompreendidos, desafortunados.
Aos escrotos, aos arrogantes, aos estúpidos, aos ridículos.
Aos maltrapilhos, aos sujos, aos que catam lixo, aos indigentes.
Aos que sofrem e aos que fazem sofrer.
Aos frustrados e aos que destroem sonhos.
Aos que inventaram, aos que compraram, e principalmente
aos que mataram o papai Noel.
Feliz Natal.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
O que tu precisas.
Bonita, o que tu precisa é de um cheiro meu
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Ódio
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O corpo.
Não vou deixar você me ver chorar
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Inflexo
O meu templo é o mundo,
minha oração é a poesia,
meu espírito é minha voz,
minha alma é minha memória,
meu milagre é a vida,
minha missão é a arte,
o meu Deus é o amor
e minha religião sou eu mesmo.
Funil do ego.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Não.
Ando por saber que ninguém vai me socorrer
Correr à minha sorte será minha armadura
Dura como a morte da rigidez do ferro
Erro pois não sei qual é o quê de meu intento
Tento não lembrar de uma prisão premeditada
Ditada pra fazer com o asco em mim transborde
e borde em trapos velhos um intransigente: Não.
domingo, 7 de novembro de 2010
Vai me amando.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Você bem sabe.
domingo, 24 de outubro de 2010
Canto
Quase isso
Eu acho que a gente tem tudo que precisa pra ser feliz
Eu acho que tendo teu sorriso nunca mais paro de sorrir
Eu acho acho que te dando meu sonho e uma rede pra balançar
É fácil que com mais alguns beijos nunca mais queira levantar … eu acho...
mas é certo que, talvez, pode ser... não que eu saiba te dizer
mas é certeza, eu acho, que é fato essa tristeza sem você
no vão das horas que passei pra encontrar o teu olhar
tinha me esquecido com é bom se apaixonar
Eu acho que quase posso estar bem certo disso
teu laço foi que me fez pular no precipício
talvez, eu possa afirmar ou pense nisso
que eu declaro que te amo ou quase isso
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Teu poema
Quero cuspir um poema feio
uns versos sem forma, sem cheiro
que me deixe com gosto de sangue
recitado fugindo entre os dentes
sem rima, sem graça, sem cor
sem falar de paixão recolhida
ou amor puro correspondido.
Qualquer coisa que cause um assombro,
seja um tapa, um tiro, um responso
desse pejo que tenho da vida
que se segue em padrão programado
sem sabor, sem frescor, novidade
mergulhada numa regra fácil
sem pensar, sem amar, muito pálida
suja, doente, hipócrita, triste.
Quero fazer um poema intragável
sifilítico, anêmico, mediocre
com uns três clichês repetidos
emorragicamente nocivo
um poema de métrica torta
pixado no muro do hospício
delével, efêmero, perecível
O qual só comparo com a vida
que é inerte, indolente, insolúvel
escrava em dodecassílabos
sem saber declamar um soneto.
Vida que páera aérea sobre o limbo
demente,vaga, burra, apática
de qualquer motivo alienado
sem saber do amor nem amar.
Quero cuspir um poema feio
raso, magro, careca, surdo
burro, rezando um rosário banguela...
Quero fazer um poema absurdo,
um poema igual a essa tua vidinha.
Nem sempre acontece.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Soneto bonito
Cheguei ao tempo de viver sem crer na vida
e de encarar qualquer a paixão como cicuta
e tornar a minha alegria em diminuta
em força da dor maior bem mais sofrida
doeu a ausência do amor da alma querida,
pois sei que amar o amor em mim é coisa inata
de sorte que quando alguma flor desata
minha alma desintegra oferecida
mas, em virtude de viver mil desventuras,
de deixar-me desmanchar em tais agruras
cicatrizei-me de sangrar essa ferida.
se teu sorriso não tivesse essa candura
e teu olhar não me abraçasse com ternura
eu viveria só, demasiado só, bonita.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Denovo
Céu azul maltrata asfalto,
bafo faz da lama pedra,
sol alumia o mormaço,
embaça vista em vaga e preta,
tua imagem encandeou
e minha vista escureceu...
...denovo...
Vácuo some cheio d'agua,
o ar que é quente escorre frio,
e uma luz clareia espaço
que outra luz deixou vazio
e o suor me lava em sal
na luz fecunda desse mal...
... denovo …
e a paixão me fez queimar
faltou-me o ar pra respirar
o inferno da tua ausência em mim
me fez clamar pra não sofrer.
Agora eu tento enxergar
embora a luz esteja em par
com as trevas de tentar amar...
…denovo...
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Água
Todo lixo, lama, lágrima, lamúria
corre para o mar
Toda água, chuva, angústia, enxurrada
corre para o mar
Todo salgado e doce, feio e bonito
corre para o mar
Tudo que é infame ou justo, novo ou podre
corre para o mar
O rio, o mangue, a poça, o esgoto
corre para mar
A flor, o ouro, o pejo, a bosta
Nada fica... nada.
Nada finca.
O mar engole tudo e tudo nada, tudo há de nadar.
O ócio, ópio odioso...
o que se esconde, o que não.
O medo, o frio, a saudade
tudo afoga, bóia, molha, submerge
tudo que se toca e que se sente
Tudo corre para o mar e correrá
até o dia que deixar de ser
e tudo ser o oco de uma nota soando
em baixo d'água...
e tudo vai ser mar
e o mar tudo.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Alma
Meu Pai, eu vou tentar fazer meu coração não chorar tanto assim
talvez quando eu gritar ao mundo inteiro que o meu amor secou
então vou encontar a tal insenssatez
a tal loucura que min'alma tanto quer
pra poder me afogar...
num mar de paixão e de doçura
e levar-me a desaguar minha armadura..
somente então eu vou sentir o sal das lágrimas de dor
por arrancar a farpas deste pobre ser
que o amor machucou...