quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Soneto bonito

Cheguei ao tempo de viver sem crer na vida

e de encarar qualquer a paixão como cicuta

e tornar a minha alegria em diminuta

em força da dor maior bem mais sofrida


doeu a ausência do amor da alma querida,

pois sei que amar o amor em mim é coisa inata

de sorte que quando alguma flor desata

minha alma desintegra oferecida


mas, em virtude de viver mil desventuras,

de deixar-me desmanchar em tais agruras

cicatrizei-me de sangrar essa ferida.


se teu sorriso não tivesse essa candura

e teu olhar não me abraçasse com ternura

eu viveria só, demasiado só, bonita.

Um comentário: