segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Febo


Sob esse mesmo sol
O suor dos mais velhos
Lavava os rostos cinzas e pó
Da colheita da cana...
Sob esse mesmo sol...
Uma tímida flor
Que brotava dos átrios do mandacaru
Pôs em lágrima os olhos
Sob esse mesmo sol
Os barracos se juntam
Formando uma lama
De asco e de dó
Mergulhado em desonra
Na veia da favela
Sob esse mesmo sol
Curumins que não sabem quem são
e se perdem na selva pior
Feito em ferro de fel
Morre sua etnia.
Astro rei de intratável vermelhidão
Não serei o cantor dessa confusão
E o que fazer pra sair da contemplação?
Vou morrer com esse sangue em ebulição?

(...) Enquanto a minha vaquinha tiver o couro e o osso e puder com o chocalho pendurado no pescoço Vou ficando por aqui que Deus do céu me ajude quem sai da terra natal em outro canto não pára só deixo o meu Cariri no último pau-de-arara (...)
(...) Oh meu Jesus! perdoai-me, livrai-me do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente aquelas que mais precisarem (...)

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