quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Teu beija flor, minha flor.






Voei sobre as flores da encosta
cá pras bandas do mar
Beijei tantos ventres vazios
néctar feito em ar
Não sei se o brilho das corolas
me quiseram levar
a guardar tanto pólem perdido
longe do meu lugar

De tanto vaguear sem ter amor
o brilho de minhas asas estancou,
mas não vou mais voar com dissabor
pois agora eu sou teu beija flor, minha flor.

Em mim quando as águas dos rios
vêm mergulhar no mar
meu ar interroga o destino:
Por que fez-me seu par?
Quero mais viajar a nascente do rio
pra poder encontrar
e beijar essa flor tão distante
cá das bandas do mar.

7 comentários:

  1. Bem sugestivo...!
    o brinho das minhas asas também estancou..!
    adoreei, vini!
    vc tem o dom!;)

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  2. Dá pra navegar nos versos, cara. Muito legal. Manda mais, parabéns, bródér!

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  3. E se tem que ser flor para um beija-flor beijar que seja. Linda poesia!

    Abraço \o/

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  4. http://www.youtube.com/watch?v=la9nzK_l5L4
    =*

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  5. Gostei de vir aqui. Muito mesmo. Teu espaço é mesmo DEZ!!! Li e reli bastante coisa boa: textos muito interessantes. Voltarei, de certo. Adoro Poesia. Tenho um blog delas. Se puder e quiser dar uma esticada até lá, vou gostar de ter seus coments. Se quiser me seguir, vou adorar! Fique à vontade. A casa é nossa! Hiper abraço,
    João, poeta.

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  6. Eu fui atrevida e escrevi uma resposta ^^

    Em suas asas

    Fecho os olhos. Um bater de asas chama minha atenção, lá está ele, passarinho que não sei o nome, não sei a cor. Escuto por várias vezes seu canto de rouxinol, doce, sereno e meigo. Cristais cintilam ofuscantes quando a luz do Sol passa por dentro deles, pintando no ar mais de mil extraordinárias cores. O cheiro de sua presença é sublime, suas asas inefáveis me levam para os mais belos campos, cheio de flores, cheios da alegria daquele passarinho que canta “bem te vi, bem te vi”... Bem, eu queria te ver.
    Uirapuru canta na minha janela e todos os dias me traz gosto de todos os sabores de frutas de todas as cores. As sementes ficam todas espalhadas em meu ventre, de onde nascem árvores que alimentam formigas, abrigam cigarras, o joão de barro constrói nos galhos sua engenhosa casa, os galhinhos servem de suporte para lagartas durante o longo sono que antecede o vôo da livre borboleta colorida.
    Árvores repletas de flores que um dia serão frutos suculentos e molhados, que você trará novamente para descobrirmos juntos o mel escondido dentro da carne doce e fértil. Frutas para saborearmos enquanto passeamos, sabiá sabido que sabe o que se passa dentro do meu Ser, por baixo da nívea Lua, numa noite em que a brisa fria fará em nós um carinho-canarinho bem manhoso.
    Quando você, beija flor, voa em minha boca e pinta nela um arco íris, faz de mim sua flor, orquídea exótica, flor de laranjeira cheirosa, flor de cerejeira charmosa, gardênia agradecida, feliz por, através de você, ter descoberto em mim a Vida, sorrio completa, repleta, com a raiz na terra e as pétalas nas nuvens.
    Pois se te vejo somente de olhos fechados é porque os fecho para o mundo e abro dentro de mim, porque fazemos parte um do outro e só poderia ser assim.

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