A aranha tece a teia cautelosamente
E os caminhos se formando indiscretamente
Os dedos se encontrando intuitivamente
O amor se construindo num labor demente
A aranha tece a teia sem pensar na hora
Sem saber o que acontece depois do agora
Só tecendo o prazer de sujeitar-se outrora
A coser linhas de vidas que, confusa, enrola.
A aranha tece a vida em fios entrelaçados
Juntando meus pedaços com os teus pedaços
Formando a rede densa cheia de embaraços
Aprisionando pobres diminutos desastrados
Um dia a dona aranha ao fitar um reboliço
Verá dois inocentes cruelmente inofensivos
E deglutirá sem pena, sem nenhum sobreaviso
Os dois desavisados que brincaram com o perigo.
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